No
amor, vê se interpreta,
Te
chamo “preta” só de começo
“Minha
linda”, se tu me atiça
Se “minha
querida”, não te mereço
Mas
te prepara para a verdade
O
meu “morena” é malandro
É com malícia, é com maldade
Maquiavélico, sem maquiagem
É
paixão, é ardência
É indecência, é fuleragem
É indecência, é fuleragem
Se
te mando um “beijo”,
As
coisas não vão bem
Um
“beijão” é do dia a dia
Um
“abraço” o é também
Mas
um “cheiro” é orgia
É
maldoso, não é são
Tem,
no mínimo,
Quarta intenção
É
indiscreto, é sem vergonha
É sacana, é pilantra
É sacana, é pilantra
É
filosofia tantra
É
uma carta pra cegonha
Então
te atenta se te interessa
Que eu nos sinais não disfarço.
Às vezes, finjo
que faço, mas não faço,
Entendo fingindo embaraço,
Finjo
que vejo, mas não vejo,
Mostro agrado tendo nojo.
Mas
na linguagem eu me entrego
Com o
olho eu minto, com a língua eu pago.
Então,
se um dia tu me ouvir dizer, nada ameno
“Um
cheiro bem no meio desse cangote moreno,
Morena”,
perceba logo o perigo
Ou
um dos dois vai sair ferido,
Ou
no amor faremos doutorado
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