segunda-feira, 9 de julho de 2012

Meus Sinais


No amor, vê se interpreta,
Te chamo “preta” só de começo
“Minha linda”, se tu me atiça
Se “minha querida”, não te mereço
Mas te prepara para a verdade
O meu “morena” é malandro
É com malícia, é com maldade
Maquiavélico, sem maquiagem
É paixão, é ardência
É indecência, é fuleragem

Se te mando um “beijo”,
As coisas não vão bem
Um “beijão” é do dia a dia
Um “abraço” o é também
Mas um “cheiro” é orgia
É maldoso, não é são
Tem, no mínimo,
Quarta intenção
É indiscreto, é sem vergonha
É sacana, é pilantra
É filosofia tantra
É uma carta pra cegonha

Então te atenta se te interessa
Que eu nos sinais não disfarço.
Às vezes, finjo que faço, mas não faço,
Entendo fingindo embaraço,
Finjo que vejo, mas não vejo,
Mostro agrado tendo nojo.
Mas na linguagem eu me entrego
Com o olho eu minto, com a língua eu pago.
Então, se um dia tu me ouvir dizer, nada ameno
“Um cheiro bem no meio desse cangote moreno,
Morena”, perceba logo o perigo
Ou um dos dois vai sair ferido,
Ou no amor faremos doutorado

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