quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Abstinência

Eu me abstenho de felicidade,
Me privo de qualquer vontade.
Abstraio: no abismo em que me inclino,
Quase me traio
Nesse eterno caio-não-caio.

Me entrego ao absinto pela rima,
À cerveja pelo gosto,
À cachaça pela conta,
Que essa lembrança,
Tentando não lembrar da lembrança prima
Da lembrança do meu oposto,
Nunca me desaponta.

E não me resta absolutamente esperança
De viver sem essa dependência
Que não me foge, nem se faz inteira minha.
Que me faz querer dormir em casa
Ou morrer em terra que não se conhece,
Que não se preza,
Quem sabe a Abissínia...

aaaaaaaAAAAAAAAAAAAAAAAhhhhh
Abestado que não esquece
A bosta que é não ter,
O absurdo que é não poder ter
O que se quer, por abuso, ter

Não há outro jeito que não se juntar ao Tempo,
Esse grande aliado das conformações mais abismais,
E esperar que se torne em calma
Essa fúria que tem o desejo por essência
E o gozo por intento,
Que hoje se faz, em ato, vício
E, em vontade, abstinência

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Diretamente daqui pra Ti


Eu não gosto de me dar com rapariga!
Té que é meio sem razão,
Pois é comum que aconteça,
Mas eu num gosto não!

Deve ser pelo ciúme, pelo apego
Sei lá, por ser frouxo, porém mandão
Té que parece que a noite é boa,
Mas o dia não!

Então, quando te bater carência e solidão,
(Elas hão de bater), e tu lembrar de me freqüentar,
Fique de sobreaviso se quiser se dar comigo,
Esse nego véi do Maranhão,
Que acontece de eu me dar com rapariga,
Mas eu num gosto não...