sexta-feira, 29 de junho de 2012

Café Preto


Café preto do diabo!
O almoço mal empurra peritônio, e o café já vem à lembrança. E com esse sol e esse vento então, faz a gente ir longe...



_Ei morena!
_Diga, meu lindo.
_Cadê os meninos?
_Casa de tua mãe.
_Pois encoste!
Ela vai encostando e já vê da sala ele na rede. E de tanta questão que faz de estar à vontade, tem um pé dentro e outro fora, caído à toa no chão.
_Meu preto, depois dum almoço desse, caldo, farinha, limão, pimenta e cachaça, o jeito é arrochar um cigarrinho de palha e um café preto forte de fazer careta. Tu queres?
_Nego não.
Acende, bebe.
_Ontem teu menino veio me contar a história de tio Luís que tu contou pra ele, que aqui era tudo uma grande fazenda e que foi bairro de tua família e que foi bairro dos empregados e que pros empregados é bairro da família e que tu quis voltar nem que a peste. Nós arrudiados de famílias, neca de empregado.
_Ele é uma graça! Hoje é dia de boi?
_Que boi, é outubro, boi é São João.
_Pois todo dia devia ser dia de boi... Pegue aqui meu violão e me cante aquela do Gonzaga!
Pega um violão, dá um cheiro bem cheirado, comumente chamado de cafungada, no cangote dele e lhe entrega o violão. Ela canta:
_”Meu cigarro de palha, meu cavalo ligeiro, minha rede de malha, meu cachorro trigueiro...”
_Morena, me mate não! Que voz é essa que eu fui achar! Vamo ali pra eu te contar um negócio...
_É o jeito...


A gente vai longe...
Eita café preto do diabo!

terça-feira, 26 de junho de 2012

a antigas cartas


É só costume, não é amor
Eu me entreguei a esse rapaz
Porque não queria nada mais
Que uma alma ao meu lado

E tudo ia bem
Pão era pão; faca, faca; queijo, queijo
E aí vem você
E me rouba um beijo

Daí pão é queijo, queijo é faca
E faca é o que parece atravessar meu peito
Cada vez que te vejo!

Você é tão certo
Seu olhar me subjuga
E é sério
Mas seu jeito engraçado de falar
Me faz rir até chorar

Agora eu quero sua displicência
Na minha vida
Quero suas cordas
No meu ouvido
Seu cheiro
No meu suor

Mas é tão difícil abandonar esse rapaz
Que tanto chora, reclama, faz cena
E olha que não sinto nada,
Senão pena.

Te peço só um favor,
Te faço um apelo:
Chega com todo teu amor
E me rouba dele,
Me subjuga no teu zelo!

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Aspiração Esquecida na Gaveta


O difícil não é cantar
O que de duro há em mim
E o que de claro há em si
Como o vento venta ou a nuvem passa,
O que me tolhe
Não é criar asas,
Buscar casa e não achar enfim.
Posso plantar um beijo
E colher carmim, catuaba, uva passa,
Não é isso o que me arrasa.


É fácil chorar um mundo vão
E na mão, um violão não me cai mal
Posso cantar um mundo val
Embora o canto seja ficção.
Encontro letras na madeira
Mas me seduz também o neutrino
E, no abismo em que me inclino,
Posso, ante o rebento, ser doutor ou parteira

Mas bem, o que eu quero é cantar
Não feito passarinho
Que, embora belamente rime com ninho,
Não rima com a urtiga que me abrasa,
Quero uma voz com ardor e estranheza:
No estranho, está a beleza,
Na frieza, não há coração,
Ou antes o há sozinho

2008

quarta-feira, 20 de junho de 2012

O Porque do Abandono do Pensamento


Antes eu escolhia uma questão
Ou ela vinha com as próprias pernas,
E o juízo começava a arrudiá-la.
Primeiro vinham as conceituações
E o porque de tratar de tal questão.
Se havia uma conclusão intermediária,
A dúvida era como popularizá-la.
Se a discussão só cabia à academia,
Estava eliminada da mente, não servia.
Mas o maior problema era que, no final,
A real conclusão, bem ou mal,
Se resumia ao nada, um grande buraco
Semelhante àquele buraco em que cabe o mundo
E onde nós caímos por sermos fracos
E não suportarmos a batida de um touro valente
Irritado devido à pancada que recebeu
De um cachimbo de ouro, que, por sua vez,
Cai muito bem num dia como hoje, de domingo.
Vê que cada palavra besta de um discurso
É a porta de uma nova e infinita questão
Que acaba chegando à conceituação e entendimento do tudo
Se resumindo a nada.
E cada nada de conclusão
Parece ser uma pancada nos nervos.
Imagino que o córtex cerebral se avermelhe, inflame
Com o niilismo.
O meu, acho que necrosou,
Pois, à época da inflamação cortical,
Refletir me doía, quase me fazia chorar,
Mas hoje, pois mais que me esforce,
O pensamento questionador não me adentra a mente.
O nada pode angustiar,
Pode fazer-nos xingar para liberar
Esse caralho de ira.
Pode-nos querer tornar a vida em nada,
Mas isso leva a outra discussão circular e infinita,
Que acaba chegando a porra nenhuma também.
Hahahaha
Pode nos fazer rir!
A mim, faz querer viver à parte da discussão,
Da filosofia.
Esse é meu nada,
A simples aceitação, que existe a grande custo.
A todo momento vem o ímpeto do questionamento.
Por exemplo, me pergunto por que
Não escrevi esta merda em prosa,
Se é toda pontuadinha,
Tem métrica à toa e não mensurada
E nem uma simples riminha.
Mas, em vez de chorar, querer morrer ou refazer tudo,
Posso só dizer:
O rato roeu o resto de alma que havia em mim
Enfim pedi penico para o pensamento instável
E parei para admirar uma simples batata
Que ao nascer se esparramava pelo chão
Meu coração dizendo que trabalhar só é horrível
E a mente dizendo “continue irmão
Que aqui há mais uma poesia aceitável” 

Função Vulgar


Só pra cumprir minha função vulgar
Tenho que falar
Que eu não sou só teu
Eu sou do mar, sou do samba, eu sou do céu

No mar, eu deixei um amor
E já cansei de chorar
Porque não regresso
Eu não sou como a onda
Que vai e volta
Pois se eu volto pra lá
Eu nunca mais me despeço

refrão

No samba, se encontram os meus vícios
Não é difícil se apaixonar
Ele faz crer um coração ateu
Em casa, tenho o que tu me dá
No samba, eu tenho o que Deus me deu

refrão

O céu preto todinho furado
É o avesso do mar
Inspira a cadência do samba
Faz lembrar da gente bamba
Faz sonhar com a morena da ilha
Tão pesado, suspenso no ar
Me dá o rumo, mas não me mostra a trilha

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Canto de psiquiatria


Toda felicidade tem um nome patológico
Toda tristeza pode ser descrita num laudo belamente
Mania, ansiedade, hiperatividade dopaminérgica cortical
Depressão, distimia hipotímica, coisas da mente...

Mas eu lhe digo, morena, que é tudo alma
E alma é a mente de que nada sabe a ciência
Então, se o doutor lhe disser que depois da alegria vem a demência
Lhe diga “calma, que minha alma tem potência
Que te ultrapassa em sapiência”

Veja, morena, que em casa eu tenho uma sanfona
Em que eu arrocho o mais underground baião
E se eu lhe chamo acordeom?
Que diferença faz
Se quem manda nos sustinidos e bemoludos
São meus dedos,
Em tudo mais astutos
Que os dedos da ciência cheia de medo

Morena, talvez lhe falte um cheiro
Um daqueles no cangote bem dado
Ou um daqueles perfumados do cajueiro
Ou talvez não te falte nada
Que não se aturar sendo tua por inteiro

Desculpe, morena, meter o dedo
Onde não fui chamado e até mesmo fui convidado a me retirar
Mas me angustia, e tu não sabe como,
Ouvir a medicina restringindo uma alma em si espetacular
Com seus termos e condutas
drogas (e drogas brutas)!
E me meto também porque gosto de ti,
Não é segredo nem é por baixo dos panos...
Então, quando o doutor lhe chamar bipolar, por favor,
Diga “doutor, bipolar é a pilha que eu vou socar no seu ânus”

domingo, 17 de junho de 2012

Regresso do Berimbau


Também o berimbau estava esquecido na gaveta
E em segredo nem era berimbau
Mas uma cabaça cortada, um chocalho, uma vara
Uma pedra e um arame pregado num pedaço de pau

E aí me veio o ócio
E se fez o sol
Pois não era ócio de inverno, de vício, de preguiça
Mas do verão com sua malícia

Daí meu braço, sem tônus nem força
Junto ao calcanhar, ao joelho e à batata da perna
Fizeram movimento de quem baila com moça
E torceram a berimba sem nenhuma pena

O arame, já enferrujado,
Segurou a tensão num único agudo
Que a pedra, indo e vindo de lado,
Fazia quase em diminuto

E a vara fez-se baqueta
E o chocalho se fez caxixi
E diante dessa madeira torta
Fez-se Rio, Bahia e Maranhão tudo aqui


sexta-feira, 15 de junho de 2012

Mais Uma


Eu tava ali, num lugar em que eu era ninguém
Tu tava ali, e tu também ali não era ninguém
E tu me chamou pra dançar
Simplesmente porque a minha barba
Era de alguém que não seria ninguém ali
E eu concedi

De repente era tu na minha cama
E tu era de mil novecentos e oitenta e seis
E tu tinha um pai que descobriste não ser teu pai
Aos dezessete
E tu dissestes outra vez
Que teu pai era teu pai além dos dezessete
E tu ria de piadas bestas
E era formada e não curtia festas
E tu era tão estranha
Que só comia pizza com talher e arroz com a mão
E odiava feijão, manga e pamonha
Totalmente estranha...

De repente a cama era minha
E eu fazia poesias e tocava violão pra te fazer dormir
E tocava cavaco pra te fazer acordar
E era parente de alguém, sabe lá quem
E era de longe
E tinha um quadro do longe na parede
E estudava qualquer besteira
E, de repente, deixamos de ser ninguém

E tu te foste
Me deixando apaixonado por mais uma história
Todas têm uma história
E eu me apaixono por todas
Eu me entrego sem miséria

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Ela Vai Voltar


Ela partiu para a nossa salvação
E levou com ela um maço de angústia
Uma garrafa de ciúmes
Vinte quilos de descaso

Ela partiu, foi meu descanso
Atravessou um mar de indiferença
Ascendeu dois mundos
Na pobreza do nosso amor

Ela partiu, e eu estive numa jaula, recluso
Vivi de lembrança, choro e esperança
Ela também chorou
Mas logo esqueceu, sorriu e se deitou

E agora ela vai voltar
Eu quase nada, ela quase tudo
Eu estarei numa esquina qualquer de julho
E ela num semáforo acaso à espreita

E se a rua for estreita?
E se ela me pisa o pé?
E se a gente se deita?
É o que ela quer

Mas um beijo não é um beijo
Quando traz um mundo de história
É sim uma película inglória
De um filme de desgastada sina
Que parou para um alegre comercial de margarina

Mei Ri, Ane!


Pretinha dos olhos inocentes
Silhueta ardente!
Quem te olha de longe
Teme se é retraído
E avança se é vivido

Pretoca de sorriso inseguro
Falar puro
Quem te vê de perto
Se alivia se é temedor
E recua se avança sem dó

Preta minha vê só
Que eu contigo sou um relógio de pêndulo
Num segundo te olho as pernas crédulo
No seguinte te afasto sóbrio
Em seguida me entrego ébrio
Pra depois dizer de novo
Que sou meu e só meu próprio

Preta careta e fogosa
Te entrosa!
Que tu já tens um corpo que me atiça
A boca me esperando
E a vida manhosa
Só te faltam uns litros de cachaça
Umas noites sob o manto
E uns dedos de viola rasa
Vai preta,
Te entrega e goza!

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Quase sem Querer


Sempre te deixo na beira do meu rastro
Me escondo mas dando pista
Miro a nuca na tua testa
Te faço implícita em minha arte
Piso na lama só pra marcar os meus passos
Me arrudio de pernas e bundas e coxas
Que é pra ver se tu te tocas
Que não sou qualquer trouxa

Eu passo na tua frente sem nem perceber
Feito quem deixa a beira do queijo de fora do pão sem querer
Sabendo que no fim das contas
Ele vai derreter e se agarrar nas pontas

De relance eu miro teus olhos até o limite do sínico
E não baixo a vista até tu desviar
Como quem enche o copo de cerveja até o máximo
Desafiando a espuma a extravazar
Apesar do seu grande conhecimento empírico

Olho tuas pernas com desdém
Que é pra quando elas caírem na minha cama
Tu não notar que eu sou ninguém
A mais nem a menos que ninguém

terça-feira, 12 de junho de 2012

Tinhoso


Óia que lá vem o capirobo
Bicho véi assanhado
Ovelha malhada
Em pele de lobo
Óia que ele nem disfarça
Capeta véi brabo
Jumento danado
Emprenhando tudo quanto
É égua dos outros
Arrepara de junto do boqueirão
Em riba do igarapé
Defronte o riachão
Da granja de véi Mané
E num posso ser mais preciso
Te benze, muié
Que o bicho é maliço
Pega o terço muié
Daquele que a conta é o dente
Do padim Pade Cíço
Que foi o que me disse
Aquele benzedor do Juazeiro
Ele sabe das coisas
Ele vive do ofício
Que me valha nossa senhora
Mãe da estrela de Nazaré
Me venha São Benedito
Preto bom, que sabe o que quer
Que o derrube nos mares
O grande Agbê
Que o cace com lanças
O silvo de Agué
E que as flechas de Sebastião
Matem o que malaqué
Valei-me Davi
Rei de Israel
Valei-me Loko
Rei do Daomé
Santo Abelardo
Santo Abílio
Santo Adauto
São Licínio
São Leobaldo
São Teobaldo
Eu nem sei quem são
Mas afastem o filho da mula
O parido de quenga
O palavra chula
Que valha o roncador
E a criva do crivador
E o meião socado no pulo
Óia que ele nem dissimula
O são que houver do fogo
E o da fagulha
Santa Cristina
Santa Ana Júlia
E Adelina
E a Santa de Caucutá
E a Santa da santulha

Valei-me que vem chegando junho
E o cara preta a gente enxota
Que se a reza não for direita
Ele vai e volta
Quando vai leva nosso amor
Nossa mãe, nossa mulher
Nosso tambor
Óia que ele leva o pão
Que ele mesmo amassou
Leva o boi brabo e o boi manso
Faz mingau do bico do pato
E cozido do pescoço do ganso
E quando volta
O filho de mãe niuma
(que num tem mãe que cague tal desgracença)
Ele volta com raiva
Com as labareda de fogo
Se esconde em casa de taipa
Se banha em chiqueiro de porco
E queima o que vive
E o que já desviveu no caminho
E come o que tem boca
E o que nem tem mais focinho
Enraba o que tem rabo
E o que tem, mas é metido a brabo
E faz do açude, do rio, da lama, da pedra bruta
Da terra molhada e da terra enxuta
Um grande salão de chão batido

Óia meus santo tudo
Valei-me desse diabo da seca
Ou pelo menos
Me deixa vivo até outubro!

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Lá em Casa

Letra: Derron
Música: Wladeco meu lindo


Lá em casa tem fofoca pouco espaço e muita gente
Tem verdade tem mentira é só vim pra te contar
Tem patê de atum com coco mugunzá e milho branco
Tem a sesta todo dia pra papai não reclamar

Lá em casa tem goteira colchão fino e mesa bamba
Tem sorriso na entrada e abraço a quem vier
Tem cortina no banheiro e geladeira que não gela
Tem a rede na varanda pra deitar quando quiser

Lá em casa tem cerveja muito samba e bom pagode
Tem a vida sempre alegre e um santo na janela
Tem rachado na parede mesa farta e quadro torto
Minha mãe não é Joana mas a casa diz que é dela

Minha mãe não é Joana mas a casa diz que é dela


terça-feira, 5 de junho de 2012

Prosa Claramente Direcionada


Tu acredita que ela me disse que paixão é coisa de criança?
Eu não acreditei, mas pensando bem é assim a ofensa
Que tenta ganhar o discurso a todo custo com sentença
Que contradiz o que se pensa
Fazendo, do argumento,
Contradança do pensamento

Mas pensa bem, se é de caráter infantil se apaixonar
Qual será a qualidade etária de se desculpar
Antes mesmo de se fazer o que se quer fazer?
Antes não julgar do que se estar do julgo à mercê

Pobre voz minha, que nunca foi párea
para o teu avançado fármaco, menina
Mas prefiro te entupir de chocolate
Que impedir a recaptação no âmago da ação
Da serotonina

É uma pena essa voz não ser grande coisa
Mas esteve disposta a humildemente te cantar
E os meus versos, coitadinhos, tão contadinhos nos dedos
Agora têm medo de se pensar não terem sentimentos
Pensas que não há? Pois há!

E vê bem tu que eu sou da terra cuja alma
Se lava entre o Tocantins, o Gurupi e o Parnaíba
Que se fosse acaso duma mão a palma
Teria o Mearim como linha da vida
Terra de Alcione, João do Vale e Papete,
Do Baleiro e do Gonçalves que tanto cisma
Do Gullar e do Aranha, antagônicos, complementares
Sou da terra que à minha poesia incita
Mas que não a delimita

Mas, mudando de pau pra cacete,
Tu acha que ela tem noção do que é viver o cárcere?
Do medo que na alma se assoma
Da insegurança que assombra
O toque mais fugaz
E de repente ter de volta um chão que foi seu
Ser admirado, ter o ego elevado ao céu
Poder ver no espelho que mais do que respeito
Um rosto masculino pode ter beleza
E descobrir que a voz não é só um grunhir contrafeito
Mas um couche avec moi, um obrigado, um amém na reza

Percebe, entretanto, que o principal foram os ouvidos
Que ela com um ouvir tão alteado
E eu com um falar tão reduzido
Consegui expor um pouco do que há muito
Vinha comprimindo 
Entre a pele e as vísceras
Entre a nuca e os tímpanos
Eram ouvidos alvos pra cheirar, morder, soprar
E atentos feito burufenga no altar

Ela nem sabe, mas eu ainda escolhi o que me aprazia
Já que o primeiro encontro era dia de encontro
De outros ouvidos bem atentos
Que me ouviram outro dia...

Mas bem, se ela me disse pra deixar de vício
Por favor, pegue meu cigarro acolá
Que eu vou fumar pra não dizer que é desperdício
O tempo que eu gastei falando de laiá
Num levanto daqui porque não quero
Não porque tá difícil
Se ela se angustia
Ela que se vá!

Beijo