quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Pai Troço

Deus meu, eu sei que eu posso
Mas saiba que não é fácil
Quanto mais eu faço
Mais eu me distorço
Quanto mais eu torço
Menos eu me esforço
Tu, que foste pai possesso
Podias olhar do céu pra esse poço
Que, do vício, eu permaneço
Pois quando eu ouso um passo
No samba, na bossa,
Eu nem disfarço
Mas me consome o remorso
Como ao lápis consome o traço
E a moça consome o moço

Pai vosso que estais no seu
Sacrificado seja o céu
Se acaso não me deis força
Mas livrai-me do maço,
Amém!