segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Do pé de pitomba

Levei um tombo
Do pé de pitomba
Caí com o lombo
Por sobre uma pomba
Dormindo ao mocambo
Debaixo da sombra
Do pé de pitomba

Corri feito o Rambo
Levando um rombo
Acima do rabo
Entrei num biombo
Defronte a parede de chumbo
Fizeram uma tomo
Que acusou ter um trombo
Em meio à penumbra
Do pulmão já molambo
De tanto cachimbo
E com tanto chiado

É....
Quase que paro na tumba
Mas, como saí meio bambo,
Voltei para o pé de pitomba
Pra chupar a diamba
Assobiando uma rumba

Medo

Eu tenho medo de alma
E de gente viva egoísta
Eu tenho medo de cobra
E de cobrança de afeto
Eu tenho de estar de olho aberto
Quando o fim do meu mundo chegar

Tenho medo de perder
Dinheiro em mão errada
Tenho medo de perder
Meu tempo no peito errado
Eu tenho muito mais medo de perder
Do que de nunca chegar a ganhar

Eu tenho medo de sangue
E de não sangrar
Eu tenho medo de amor
E de não amar
Eu tenho nojo de merda!
Eu tenho nojo e medo de quem só pensa merda
E se disfarça de quem tem a cabeça aberta

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Camomila


Outra vez larguei o fumo
Que me amarela os dentes e me aperta o peito
Me deixando sem jeito
De te sugar os peitos e te deixar sem rumo

Com o fumo, se foi a cana
Que, tu bem sabe,
Me faz um apaixonado inconveniente sacana

Com a cana, o café,
Que me deixa prostrado na cama
Pensando em ti e no fumo
E, ainda por cima, é da mesma cor que tu é

Larguei tudo na segunda,
Mas na sexta, que maldade,
Fui, em franca ansiedade, preparar um chá qualquer.
Pois o chá de que dispunha
Era chá de camomila,
Que tanto lembra teu nome
E que tu não visita minha cama
E que tal cama nem mesmo está na fila

Corri pro bar desencontrado tal qual menino
Peguei uma garrafa da amargosa
Bebi uma carteira de cigarro
E o café fumei sorrindo.
Isso tudo fiz pensando que
Se teu coração me é tão desumano,
O mundo sem ti
Também não me é mal vindo