O amor é uma coisa de estado
Posto que, estando ele acabado,
Outro amor lhe despreza, ou a tristeza
Sentimento que é dado como certo
Sólido, existente e exato,
Vira erro ao ser subjugado
Por um outro mais cheio de soberba
Não se sabe dum amor que receba
Em post mortem um diploma honoris causa
Se não lhe intervier forçada pausa
Ou se o peito não for só solidão
Não se sabe de um amor que estenda a mão
A um outro que ficou no passado
Lhe dizendo "estou equivocado
Pois amor é o que és por excelência"
O que eu sei do amor é que, em essência,
Se dirige ao seu antepassado
Lhe chamando de louco, obcecado,
Quando muito lhe chama de paixão
Se não for, te digo com razão,
Que não amas de fato teu amado,
Ou senão esquecerias o que é findo,
A paixão que se encontra em desuso
E só quero validar meu discurso
Com as regras e normas que eu pinto
Esquecendo dum amor infinito
Enquanto ainda não é despedaçado.
janeiro/2012
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