quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Camomila


Outra vez larguei o fumo
Que me amarela os dentes e me aperta o peito
Me deixando sem jeito
De te sugar os peitos e te deixar sem rumo

Com o fumo, se foi a cana
Que, tu bem sabe,
Me faz um apaixonado inconveniente sacana

Com a cana, o café,
Que me deixa prostrado na cama
Pensando em ti e no fumo
E, ainda por cima, é da mesma cor que tu é

Larguei tudo na segunda,
Mas na sexta, que maldade,
Fui, em franca ansiedade, preparar um chá qualquer.
Pois o chá de que dispunha
Era chá de camomila,
Que tanto lembra teu nome
E que tu não visita minha cama
E que tal cama nem mesmo está na fila

Corri pro bar desencontrado tal qual menino
Peguei uma garrafa da amargosa
Bebi uma carteira de cigarro
E o café fumei sorrindo.
Isso tudo fiz pensando que
Se teu coração me é tão desumano,
O mundo sem ti
Também não me é mal vindo

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