terça-feira, 5 de novembro de 2013

Fisiológico, Difícil e Lógico

Meu esquerdo coração
Já não sustenta essa pressão 
De catorze, sistólica,
E de dez duma diástole eufórica,
Que teima em não ceder.
Talvez ela pense que não,
Mas meu pulmão 
Já não incursiona
A vinte ventiladas por minuto
Sob a aréola masculina.
Sê minha, menina!

O giro do meu cíngulo
E minh'alma hipocampal
Estão encharcados de serotonia
(A dopamina já não a regula down)
De tanto minha retina, minha fóvea,
Focar sua óbvia melanina.
Sê minha, menina!

Eu pegaria meus estribos
E cavalgaria por um ou dois arcos farígeos
Aonde quer que ela fosse.
Empunharia meu martelo
(Mas nunca uma foice)
E faria ossículos de metal
Sob a escama temporal
Em minha assídua bigorna
Para um dia eu acordar
E ouvir essa voz que me nina.
Sê minha, menina!

Chamo meu fígado de liver
If she wants to live with me.
Chamo o meu coraçãozinho 
Mon petit coeur
Se ela disser que bem me quer,
Ou que ela quer a minha sina.
Sê minha, menina!

Eu me daria um tiro na garganta
Pra ver o quanto ele arranca
Da minha tireóide de fato.
Assim meu tempo passaria
Mais devagar ao seu lado. 
Eu, preso a ela,
Ingeriria tiroxina livre,
Livre de mazela,
Para vê-la melhor
Com minha exoftalmia.
Será que ela me amaria
Com a garganta em caseína?
Sê minha, menina!

Eu, estreptococo,
Tu, penicilina,
Eu, prolactinoma,
Tu, cabergolina,
Eu, nefropata,
Tu, lítio e cocaína
Me mata, mas sê minha,
Minha menina!

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