quinta-feira, 26 de maio de 2011

Leia se quiser

Na pressa de limpar o cu,
após o gesto que aproxima a humanidade inteira,
às vezes mesmo em meio à caganeira,
temos a habilidade de um proletário industrial.

Papel na mão
(em dias ruins, o papel de jornal),
se corta
se dobra
dedo no centro
limpa
dobra
dedo no centro
limpa
dobra
lixo

Acontece que toda indústria,
por mais que funcional e pró-ativa,
tem sua taxa de erro que, taxativa,
a propaganda nega com ardor.
Assim também é o processo limpador,
cuja pressa ensina a ser ágil,
mas que a pressa torna, às vezes, frágil.

Afinal, quem nunca cortou o papel
e o corte saiu errado,
ou, quando o dobrou,
deixou exposto o outro lado,
ou não mirou o centro
e saiu da luta de dedo melado?

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