Eu já sei de cor o teu rosto no retrato
Esse quadro que se pinta em minha retina
Não é em aquarela, nem em branco e preto
Mas em dois mil tons, obra de elétrons
Eu sei de cor os teus olhos, em cianeto
Me remetem a um velho na ladeira
E à ladeira e ao velho e ao caju e à ingazeira
As histórias e o sol que tonteia e
faz teus olhos num sonho, na insônia
na beira do mato,
no meio da fronha
Sei de cor teus cabelos e teu cheiro
Sei e nem mesmo te conheço
Sei o hálito e o timbre e a música
E a revolta da tua métrica
E é dadá e é dendê e é hora é hora
Ileiê
De cor tua cor e teus pelos
Que se hão de eriçar e de se erguer
Como uma bandeira, cedendo ao encontro
de epidermes, ao dizer
Da vez primeira
Muito prazer
07/abril/2012
uau.
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