terça-feira, 1 de maio de 2012

Alcântara

Na terra de Alcantra, onde o mato é verde,
E o sol cega e a terra queima e a costa arde,
Vive uma sereia que, quando se tem sorte,
Não se vê em vida, posto que vira morte

No tempo do amor, quando o peito se enriquece,
Dá flores, e de repente tudo se pode,
Não se abre jazigo pra flor que apodrece,
Nem se poupa pra caso o amor fique pobre

Assim, um coração desavisado ruma
Numa piroga, e é a tristeza quem rema,
Com um ramo na mão, pra Alcantra, que já dorme

Vê de longe as pedras que abrigam Dom Pedro!
Busca n'África o cedro de Sebastião!
No caminho repousará teu coração.



maio/2012

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