segunda-feira, 9 de julho de 2012

Nada Acadêmico


Eu não uso pena pra escrever
Uso uma caneta bic, ou o Word
Ou, se Jah quiser, o iPad que minha tia vai trazer do estrangeiro

Eu não suspiro à toa
Não gosto de acertar a métrica dos versos com “Ah!”, “Oh!”, “Ai...”
A não ser que seja um
“Ah! Vai te lascar, não aguento mais reclamação”
“Oh! Será que aquilo é uma cobra? Oh! Oh! Oh, porra, bem ali!”
“Ai... meu dedo ainda tá doendo da topada que eu levei na envergadura da parede”

Não conheço donzelas, princesas, damas
Desculpa, não conheço
Mas se me pergunta da guria, da morena, da mulher, da minha linda, da galega
Escrevo muito pra elas!

Se um olho brilha, não precisa ser como a estrela
O sorriso não precisa ser claro como o céu
Nem o coração grande como o mar
Oxi, o olho brilha, o sorriso é claro e o coração grande tal qual eles mesmos

Por último, não tomo absinto nem sinto meu peito tísico
Quando doente, tenho gripe, sinusite, dor de cabeça, uma simples ressaca ou uma hemorragia hepática
Gosto muito de cachaça, Skol, Bhrama, Antártica (a original então...), catuaba, tequila, montila, vinho, ainda ontem arrochei um combo de Orloff com red Bull que quebrou minha fatura,
Por isso hoje escrevo sob o efeito de uma singela Bavária e de uma tosse do cão
Esses versos insatisfeitos com a poesia ornamentada e falsa da minha geração

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