Piauí,
menino besta.
Nasceu
no Piauí
Mas
não nasceu Piauí
Nasceu
Raimundo Nonato
E,
de fato, cresceu em Upaon-Açu
Mas
foi morar em Goiânia
Devido
ao emprego do pai
No
Itaú
Raimundim,
abestado
Foi
virar Piauí numa cadeia do Rio de Janeiro
E
pro Três Rios, pro Angra, pro da-Rocinha
Era
chamado estrangeiro
“Tu, de outro país, vem pro Vermelho!”
Dizia
o do Comando
“Vem
pro Terceiro”
Diziam
noutro bando
Mas
foi bater no subsolo,
Que, de um falo,
Não
seria nem a base das bolas
Piauí,
por besteira.
“Piauí!”,
“Foi visto!”, na refeição matinal
“Piauí”,
era o que dizia
Sua
cueca no varal
“Mas
esse tal de Piauí
Fica
em que região de São Paulo?”
Perguntou,
um dia,
O
de São Gonçalo
Raimundo
Nonato, que bosta
foi
lembrar seu nome
No
dia em que o Juiz negou o alvará
Passou
a dor na costa
Passou
a fome
São
não passou aquele cheiro de merda no ar
Piauí...
agora basta!
Se
entregou àquela condição
Agora
é líder de cela
E
espera a liberdade provisória
Pra
sair no natal
E
mandar ao juiz uma carta precatória
Alterando
sua residência
Da
Barra da Tijuca para o inferno,
Sem mais história
Sem mais história
Indigente,
vai ser festa!
Vai
subir Minas, Goiás, Tocantins,
Passar
no Maranhão, Pará, Parintins,
Voltar
pro Pará, Amapá e, por fim,
A
Guiana Francesa!
Onde
aplicará seu francês
E
a indigência terá mais beleza
Até
em casual encontro com a Federal...
Dizem
que lá tem Todinho na sobremesa!
Indigent, c'est pas qu’un rêve,
Enchanté! C’est un plaisir d'être ici!
Mais j’attends la vie se finir
Pour que je retourne au Piauí
Nenhum comentário:
Postar um comentário