quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Pra não dizer que eu não fui sincero, feliz aniversário


Meu caro amor,
Ando pensando em te dizer
Como me amarga te ver feliz,
Dizer que meus gestos de desprendimento
Tem o desprezo por intento
Que eu te quero infeliz ao meu lado
Ou feliz num convento,
Que o meu desapego
É um não pedir arrego
À vida de Deus me impôs
Por intermédio dos meus pais

Meu longo amor,
Me incomoda ir e voltar
E te ver manter a bunda no lugar
Não mexer uma fibra muscular para fugir de mim
Como eu rebolei da unha encravada do mindinho
À última ponta dupla dos meus mullets
Gritado "mulher, cala-te!"
Me retorci
Para não te ver sorrir
A uma EPTG daqui

Meu antepenúltimo derradeiro amor,
Queria te dizer,
Mas pra te fazer chorar, não pra rir, viu?!,
Que não é possível eu me dispor
A cultivar com tanto carinho
O ódio
Regá-lo no torpor
Cobri-lo de amargura
Cuspir nas folhas fel
Sugar cada gota de mel
Fazê-lo feder a bosta
Podar-lhe o que presta
E por tudo a perder ao mais ligeiro olhar
Dessa tua pele que eu nunca vi outra igual
Dessa tua boca que sugou tanto meu
mal
E que desencravou a bandeira de sua pátria
Para, assim, se encontrar ao lado de outro


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