quinta-feira, 23 de maio de 2013

Meia Noite

O cansaço soa
O sono se nega
A cabeça voa
A mão sua e se coça à toa
O olho não prega
O cansaço perdura
A boca sêca
A rola dura
O ombro torto
A pele nua
O esternocleidomastóideo
Espicha o pescoço
Pra se deitar de bruço
O cansaço maduro e imundo
Apodrece e vira o esforço
De sustentar de dia
O próprio mundo

Pois, da cabeça, a insônia é menestrel,
E a boca melada de rivotril
Da língua ao céu
Deixa a vida por um fio
Com o prazer sem ânsia
De um bêbado que dança e coça a pança
Saindo tonto de um bordel



 

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