segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Mulher da Minha Vida

Quando resolvestes partir
Olhei para ti e disse se vá!
Não leve a lembrança do meu cheiro
Nem o gosto dos meus beijos
E não olhe para trás

Pois sei morena
Que tu és faceira e danada
Dás mais umbigada que coreira
És mais indigesta que feijoada
Sei que não ficarás um só dia
Distante da orgia
Do tesão compartilhado
Pega, morena, tua putaria
E saia do meu lado!

Partistes de mim
Vous êtes allé à Paris
Meu coração foi condenado
No primeiro mês, chorei
No segundo, me embriaguei
No terceiro, chorei embriagado

Mas um dia o meu cd
Do Amado Batista ralou
Eu, sem ter o que fazer,
Fui ao Parque da Cidade
Sentado perto dos isqueitistas
Ouvindo com cara de turista
Aquele roque andergraunde
Vi uma velha de guarda chuva
Com carinha de viúva
Dando pipoca aos macacos

O que todos achavam tão bonito,
Eu enxerguei aflito
Naquele exato momento
Pois, para mim, teu amor era a velha
Jogando migalhas
Aos meu sentimentos

Resolvi te esquecer
E matar a velha do teu amor
Que residia no meu peito
Fiz as pazes com a orgia
Fiz de mim o meu senhor
Vi meu amor desfeito

Estava tudo preparado
Te encontrar pela vida
E te desprezar, minha querida,
Seria o último ato
E foi numa esquina de Julho
Que te vi sorridente
Vindo ao meu encontro
Pus as mãos nos quadris
Meus olhos nada gentis
Meu desprezo estava pronto

Foi quando eu vi
Sobre tua morena fúrcula
Um broche em coração
Que dizia mon amour
Sobre a foto de um francês
Com cara de alemão

Olhei-te sério, enojado
Com o queixo empinado
E tez de dama mal comida
E falei-te claramente
"Dá-me agora um beijo
Mulher da minha vida!"



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