Tu diz que vai, mas nunca parte
Tu é um terço da minha vida
Eu sou dois terços
Da tua vaidade
Tua brincadeira já nem disfarça
Mas veja que a menina que deixou de mamar
É desmamada
E tu, que deixou de ter graça?
Desalmada, tu que escolheu
Eu nem queria, mas ainda te dei uma escolha
Pois vá lá ouvir berimbau de sotaque gaulês
Que o meu ainda tem o cheiro canalha
De terra seca e de orvalho na folha
Ainda que não soe tão bem desde que tu fez
A cabaça quebrar com tua ginga falha
Mas perceba que quem torna tudo em amor
É amável
E tu, que me tornou em miséria?
Maleável, te enrigece as decisões
Me deixa em paz, fica na tua
Tu me quer como amigo
Eu te quero nua
Tu me quer atrás de ti
Eu também quero, mas não bem assim...
Tu quer meu peito num prato
Como eu te quero? De fato!
Note, porém que a velha que está prestes a morrer
É moribunda
E tu, que vive no mundo a vagar?
Desafunda! Que eu ainda estou submerso
Mas teu rio não é bem o mar que eu mereço
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