domingo, 14 de julho de 2013

O Sorriso

Por todo o dia só me faz falta Um sorriso!
Sei bem qual não é:
Não é o de uma nêga maliciosa
Nem tampouco o de uma de olhar bondoso
Que essas vez por outra sorriem pra mim.
Não é sorriso de mãe, nem de vó
Nem de pai também que esse sorri pra mim todo dia.
Não é sorriso de lua,
Que todo mês o tenho mais de uma vez. 
Nem dos amigos, que sorriem quando me querem
Fazer rir.

Dizer qual é o sorriso é mais difícil. 
Só sei que ele parte de mim.
Por todo dia só me faz falta Um sorriso.
O de quem levanta
E anda até o alpendre ou à varanda
Minutos depois da toada
Entoada pelo vendedor de cocada
Que vai com dois jacás gritando e erguendo a mão
"Na frente tem cocada, atrás só tem pão".
É um sorriso sem furdunço de metrô,
Sem reclames
Sorriso de quem ama poder levantar da cama.
É de quem vê um bode cagando na plantação,
Cocô de poodle não!
Sorriso de quem levanta os sovacos
Se estica todo, fica na ponta do pé,
E mostra os dentes quando se estalam as costelas.
Pensando em nada,
Nada delas!
Sorriso de quem tira as remelas com tempo suficiente
De atravessar as ladeiras e paralelas
De uma cidade grande e bela
Onde eu jamais poria novamente o meu par de chinelas
Se acaso eu pudesse...
Sorriso que não se avexa, que coça o bucho.
Não esse sorriso esdrúxulo 
De inibidores tricíclicos de recaptação de serotonina.
Riso de criança malina.

Me falta todo dia todo o dia
Um sorriso sem essa apatia.
Sorriso de quem dormiu bem
E da bom dia
Ao próprio dia.

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