leio aquilo que não me cheira a carnaval,
aquilo que me é uma leitura errônea.
Meu suicídio é uma leitura medonha
de uma flor que se abre
e que, embora flor,
não se conhece a cor.
Uma violeta é tão formal:
Traz o peito roxo e diz ser tão belo o pranto.
Uma rosa é formal:
Traz o canto sem esforço. Diz ser Caetano, não canta, induz o canto.
É formal o girassol:
Sabe bem o que quer e não esconde, procura olhar de frente o seu encanto.
Minha flor, entretanto, é informal.
Não se lhe sabe a cor, o canto, o pranto, a dor, o amor, o mal.
Mas não me cheira a carnaval
e vem de uma leitura que me trocida,
Me caindo aos ombros
como um inseticida, é certo
enquanto eu, aranha,
tento provar não ser inseto.
abril/2011
Nenhum comentário:
Postar um comentário