quarta-feira, 20 de junho de 2012

O Porque do Abandono do Pensamento


Antes eu escolhia uma questão
Ou ela vinha com as próprias pernas,
E o juízo começava a arrudiá-la.
Primeiro vinham as conceituações
E o porque de tratar de tal questão.
Se havia uma conclusão intermediária,
A dúvida era como popularizá-la.
Se a discussão só cabia à academia,
Estava eliminada da mente, não servia.
Mas o maior problema era que, no final,
A real conclusão, bem ou mal,
Se resumia ao nada, um grande buraco
Semelhante àquele buraco em que cabe o mundo
E onde nós caímos por sermos fracos
E não suportarmos a batida de um touro valente
Irritado devido à pancada que recebeu
De um cachimbo de ouro, que, por sua vez,
Cai muito bem num dia como hoje, de domingo.
Vê que cada palavra besta de um discurso
É a porta de uma nova e infinita questão
Que acaba chegando à conceituação e entendimento do tudo
Se resumindo a nada.
E cada nada de conclusão
Parece ser uma pancada nos nervos.
Imagino que o córtex cerebral se avermelhe, inflame
Com o niilismo.
O meu, acho que necrosou,
Pois, à época da inflamação cortical,
Refletir me doía, quase me fazia chorar,
Mas hoje, pois mais que me esforce,
O pensamento questionador não me adentra a mente.
O nada pode angustiar,
Pode fazer-nos xingar para liberar
Esse caralho de ira.
Pode-nos querer tornar a vida em nada,
Mas isso leva a outra discussão circular e infinita,
Que acaba chegando a porra nenhuma também.
Hahahaha
Pode nos fazer rir!
A mim, faz querer viver à parte da discussão,
Da filosofia.
Esse é meu nada,
A simples aceitação, que existe a grande custo.
A todo momento vem o ímpeto do questionamento.
Por exemplo, me pergunto por que
Não escrevi esta merda em prosa,
Se é toda pontuadinha,
Tem métrica à toa e não mensurada
E nem uma simples riminha.
Mas, em vez de chorar, querer morrer ou refazer tudo,
Posso só dizer:
O rato roeu o resto de alma que havia em mim
Enfim pedi penico para o pensamento instável
E parei para admirar uma simples batata
Que ao nascer se esparramava pelo chão
Meu coração dizendo que trabalhar só é horrível
E a mente dizendo “continue irmão
Que aqui há mais uma poesia aceitável” 

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