quarta-feira, 13 de junho de 2012

Quase sem Querer


Sempre te deixo na beira do meu rastro
Me escondo mas dando pista
Miro a nuca na tua testa
Te faço implícita em minha arte
Piso na lama só pra marcar os meus passos
Me arrudio de pernas e bundas e coxas
Que é pra ver se tu te tocas
Que não sou qualquer trouxa

Eu passo na tua frente sem nem perceber
Feito quem deixa a beira do queijo de fora do pão sem querer
Sabendo que no fim das contas
Ele vai derreter e se agarrar nas pontas

De relance eu miro teus olhos até o limite do sínico
E não baixo a vista até tu desviar
Como quem enche o copo de cerveja até o máximo
Desafiando a espuma a extravazar
Apesar do seu grande conhecimento empírico

Olho tuas pernas com desdém
Que é pra quando elas caírem na minha cama
Tu não notar que eu sou ninguém
A mais nem a menos que ninguém

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